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O Que é Marte e Por Que é Chamado de Planeta Vermelho?
Marte é o quarto planeta a partir do Sol e o segundo menor do Sistema Solar, superando apenas Mercúrio em tamanho. Seu diâmetro é de 6.779 km, quase metade da Terra, e sua massa corresponde a 10,7% da terrestre. Apesar de pequeno, ele é um dos mundos mais fascinantes já estudados pela astronomia.
Sua aparência avermelhada, visível a olho nu, se deve ao óxido de ferro presente em sua superfície. Essa característica rendeu a ele o apelido de “planeta vermelho”. Diferentes culturas associaram sua cor à guerra, destruição e poder, criando mitos que atravessaram séculos e ainda ecoam na ficção científica.

Dados Gerais: Posição, Órbita e Dimensões
A órbita de Marte é mais excêntrica que a da Terra, fazendo com que sua distância ao Sol varie de 207 milhões a 249 milhões de quilômetros. Isso influencia diretamente em seu clima e em suas estações, que são mais longas e intensas do que as terrestres.
Seu dia, chamado de sol, dura 24h e 37min, muito semelhante ao terrestre. Já o ano marciano equivale a 687 dias terrestres, quase o dobro do nosso. Essa semelhança de rotação é um fator positivo para futuras missões tripuladas.
Dados principais de Marte:
- Diâmetro: 6.779 km
- Gravidade: 3,7 m/s² (38% da terrestre)
- Distância média do Sol: 227,9 milhões de km
- Inclinação axial: 25,2° (semelhante à da Terra)
- Duração do dia: 24h e 37min
- Duração do ano: 687 dias terrestres
Estrutura Interna
O interior de Marte é semelhante ao da Terra, mas menos ativo. O planeta é composto por crosta, manto e núcleo. A crosta é rica em basalto e poeira de ferro, enquanto o núcleo é formado por ferro, níquel e enxofre.
Estudos sugerem que o núcleo pode estar parcialmente solidificado, o que explica a ausência de um campo magnético global. Essa perda magnética deixou a atmosfera exposta ao vento solar, contribuindo para sua rarefação ao longo de bilhões de anos.
- Crosta: até 70 km de espessura
- Núcleo: entre 1.500 e 2.100 km de raio
- Atividade tectônica: praticamente inativa
Superfície e Geologia de Marte
A geologia de Marte é marcada por extremos. Seu hemisfério norte apresenta planícies baixas, enquanto o sul é elevado e repleto de crateras. Esse contraste sugere que impactos gigantes moldaram o planeta no passado.
Entre as formações mais marcantes estão:
- Monte Olimpo: o maior vulcão do Sistema Solar, com 21 km de altura e 600 km de diâmetro.
- Vale Marineris: um sistema de cânions com 4 mil km de extensão e até 7 km de profundidade.
- Crateras de impacto: algumas com mais de mil km de diâmetro, preservadas pela ausência de tectonismo ativo.
Imagens de sondas e rovers revelaram leitos de rios secos, deltas fossilizados e minerais hidratados. Essas evidências confirmam que a água moldou parte da superfície marciana em épocas remotas.

Atmosfera e Clima
A atmosfera marciana é fina e composta principalmente por dióxido de carbono (95%), com pequenas quantidades de nitrogênio e argônio. Sua pressão é apenas 1% da terrestre, o que impede a existência de água líquida estável na superfície.
As temperaturas variam drasticamente:
- Média: –63 °C
- Máxima registrada: 20 °C em regiões equatoriais
- Mínima registrada: –125 °C nos polos
Além do frio, Marte é conhecido por suas tempestades de poeira. Algumas podem cobrir todo o planeta por semanas, obscurecendo a luz solar e comprometendo missões que dependem de energia solar.
Outro desafio é a radiação. Sem magnetosfera, a superfície recebe altos níveis de radiação cósmica e solar, tornando essencial que futuras bases humanas sejam subterrâneas ou protegidas por blindagens.
Água em Marte: Passado e Presente
Há bilhões de anos, Marte foi mais úmido e possuía rios, lagos e possivelmente oceanos. Evidências disso estão em vales de erosão, leitos secos e minerais que só se formam na presença de água.
Atualmente, a água existe em duas formas principais:
- Calotas polares: compostas por gelo de água e dióxido de carbono congelado.
- Reservatórios subterrâneos: detectados por sondas, incluindo possíveis lagos salgados sob a superfície.
A perda de água está relacionada à rarefação da atmosfera. Sem proteção magnética, o vento solar dispersou moléculas para o espaço. Ainda assim, os depósitos de gelo tornam-se recursos valiosos para futuras missões tripuladas.
Luas: Phobos e Deimos
Marte possui duas luas pequenas e irregulares: Phobos e Deimos. Elas lembram asteroides e provavelmente têm origem em capturas gravitacionais ou colisões.
- Phobos: maior, com 22 km de diâmetro, orbita a apenas 6 mil km da superfície. Está lentamente se aproximando de Marte e poderá se fragmentar em anéis no futuro.
- Deimos: menor, com 12 km de diâmetro, orbita mais distante e de forma mais estável.
Esses satélites despertam interesse como potenciais bases intermediárias para exploração espacial, já que demandariam menos energia para pousos e decolagens.
Possibilidade de Vida em Marte
A busca por vida em Marte é uma das principais motivações da exploração. Embora sua superfície atual seja hostil, com radiação, frio extremo e ausência de água líquida, há indícios de que o planeta foi habitável no passado.
Evidências promissoras:
- Compostos orgânicos simples encontrados pelo rover Curiosity
- Presença de metano atmosférico em concentrações variáveis
- Leitos de rios secos e minerais hidratados
Cientistas acreditam que, se a vida existe hoje em Marte, ela estaria no subsolo, protegida da radiação e em contato com gelo ou água salgada.
Exploração: do Passado ao Futuro
O fascínio por Marte levou à criação de missões desde a década de 1960. A sonda Mariner 4, em 1965, foi a primeira a enviar imagens do planeta. Desde então, muitas missões ampliaram nosso conhecimento.
Principais marcos da exploração marciana:
- Viking 1 e 2 (1976): primeiros experimentos de solo para busca de vida.
- Spirit e Opportunity (2004): rovers que analisaram rochas e revelaram sinais de água passada.
- Curiosity (2012): explorou a Cratera Gale, estudando clima e geologia.
- Perseverance (2021): busca bioassinaturas e coleta amostras para retorno à Terra.
O futuro da exploração inclui missões tripuladas planejadas pela NASA e pela SpaceX para as próximas décadas. Entre os desafios estão:
- Radiação intensa
- Produção de oxigênio e água
- Transporte seguro de tripulantes
- Adaptação à gravidade reduzida

Marte na Cultura e na Ficção Científica
Muito antes da exploração científica, Marte já povoava o imaginário humano. No século XIX, a teoria dos “canais artificiais” popularizou a ideia de civilizações inteligentes no planeta.
Na cultura, Marte tornou-se palco de invasões alienígenas, colônias futuristas e aventuras de sobrevivência.
- Literatura: A Guerra dos Mundos (H. G. Wells), Crônicas Marcianas (Ray Bradbury).
- Cinema: Perdido em Marte, Planeta Vermelho.
- Símbolo cultural: esperança, mistério e expansão humana.
Curiosidades Fascinantes
- Gravidade: 38% da terrestre (70 kg → 26 kg em Marte)
- Céu: alaranjado durante o dia, azulado no pôr do sol
- Monte Olimpo: três vezes a altura do Everest
- Um dia: 24h e 37min
- Tempestades globais de poeira únicas no Sistema Solar
Perguntas Frequentes sobre Marte
Quanto tempo leva para ir de Marte à Terra?
Uma viagem leva de 6 a 9 meses, dependendo da posição orbital. Novas tecnologias podem reduzir esse tempo no futuro.
É possível viver no planeta com a tecnologia atual?
Ainda não. Seriam necessárias bases seladas, produção de oxigênio, reciclagem de água e proteção contra radiação cósmica.
O planeta vermelho pode se tornar habitável no futuro?
A terraformação é discutida, mas altamente complexa. O mais viável é o desenvolvimento de colônias autossustentáveis em regiões específicas.